Era uma vez um lobo mau. As
pessoas questionam muitas vezes porque é que as histórias começam por “era uma
vez”, mas, esquecem-se que a razão é óbvia, ou seja, ninguém poderia escrever
um texto cujo início fosse “eram duas vezes um lobo mau”! Excepto se o autor
das linhas estivessem alcoolizado o que lhe provavelmente justificaria que
estivesse a ver duas vezes o mesmo lobo. Mas, seja uma ou duas vezes, a verdade
nua, crua e bruta é que o lobo mau era o chefe da floresta, uma espécie de Zé
Camarinha do bosque, o zeloso zelador da mata, um apaixonado pela
homogeneidade, que obriga as árvores a terem todos o mesmo tamanho, as mesmas
folhas com o mesmo tom, cortando aquelas que se destacavam no horizonte! Admite-se
que o comportamento do lobo mau está relacionado com o fato de passar o dia a
perseguir a Capuchinho Vermelho e no fim da história comer a avozinha!
Um destes dias a Branca de Neve
sentou-se exausta num banco de madeira, queixando-se da vida e dos impostos,
agastada com o aumento do IVA, que lhe ia destruir o negócio: como o meu bom
aluno sabe, a Branca tinha sete putos para alimentar, pelo que, para ganhar
dinheiro, fazia na sua cozinha um deliciosos bolos conventuais alentejanos, que
vendia para os melhores restaurantes da região, sendo que, os bolos eram
designados por “deliciosos bolos conventuais alentejanos”.
Mas, mais que o IVA, o que
inquinava a alegria da Branca de Neve era a labreguinha da Capucinho Vermelho,
uma verdadeira sonsa, que o meu bom discente me permite o adjectivo, que, não
apenas lhe roubou o namorado, como abriu uma casa de chá onde também servia
doces alentejanos. A casa de chá situava-se numa retrosaria centenária, que o
Pato Donaldo trespassou para o Capucinho Vermelho, sem cuidar de avisar o Tio
Patinhas, esse terrível sovina que era o dono do imóvel. A casa de chá
denominava-se de Antro das Calorias e ela para se identificar usava a expressão
Gosto mais de ti do que de espinafres!
No dia da abertura ao público da
casa de chá, a Capuchinho Vermelho ficou tão feliz, que foi passar um
fim-de-semana de férias a Barcelona com o Gato das Botas, para fazer coisas que
não posso contar confessar num teste, porquanto, sou rapaz tímido e porque não
acho que se deva comentar em público as badalhoquices que fazem em privado! Nesta
viagem gastou os bilhetes de avião, a estadia no hotel, comprou um ipad e uns
comprimidos para a dor de cabeça.
Quando regressou, Capuchinho quis
comprar o novo Beetle, convencida que desta forma conseguia que o Pato Donaldo
se apaixonasse por ela; para tanto, entregou à empresa que lhe vendeu o carro
um documento, cujo pagamento era garantido pela sua prima, a Bela Adormecida,
em que se comprometia a pagar uma quantia a determinar posteriormente,
porquanto, ela quis todos os extra possíveis para embelezar ainda mais o
carro! O drama é que o dono do Stand,
Gato das Bocas, tinha uma relação extraconjugal com o Pica Pau Amarelo, pelo
que, combinaram, transmitir-lhe o título após apor-lhe o dobro do valor
acordado. Enquanto festejavam, embriagados, apareceu o Coelhinho e depois de os
levar de comboio ao circo, roubou-lhes o título, falsificou a devida assinatura
e transmitiu-o à ingénua Barbie que, confusa com tanto nome, não faz a menor
ideia de quem lhe deve pagar aquele valor.
Enquanto isso, algures nesta
obscura floresta, alguns animais procuravam ser sérios no seu trabalho…
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