Tuesday, February 07, 2012

Caso 67


Leopoldina estava à janela com o seu cabelo à lua, enquanto Jesuíno a contemplava e lhe dizia que não se ia embora sem uma prenda dela, sem uma prenda sua. Leopoldina depois de anos a perseguir rapazes fogosos e musculados, daqueles que concorrem aos reality shows e deixam o mulherio possuído, tinha decidido apaixonar-se pelo supra citado Jesuíno, seus ex-padrasto. Para ser sincero, porque só se deve mentir a mulheres bonitas, Jesuíno tinha sido casado com a sua avó, pelo que, nunca tinha sido padrasto; acontece que, há uns anos, casada de ser filha da mãe, Leopoldina tinha resolvido ser filha da avó.
Jesuíno sustentava os caros vícios da sua amada, com os lucros do seu restaurante marítimo, ou seja, um barco quase do tamanho daquele italiano que emborcou de lado, onde servia comia sushi alentejano, acompanhado por queijos e vinhos, ao som de música rupestre. Identificava-se com a expressão “ai se eu te pego”, sendo que, o barco era denominado com “é o bicho é o bicho, eu vou-te pegar, eu vou”!
Enquanto isso, Leopoldina era artista: pintava e vendia quadros horrorosos de mulheres feias despidas; com os lucros das vendas foi fazer um curso de pintura a Paris, ou, pelo menos, assim acreditou Jesuíno e, quem sou eu, para duvidar das mentiras alheias.
Jesuíno tinha ainda um outro restaurante, em Serpa, a terra alentejana onde se come melhor, uma espécie de fast-food para comida lenta, embora, entre o barco e a Leopoldina, estava consumido de tempo, pelo que, celebrou um contrato com a Capucinho Vermelho do outro caso prático, em que esta se comprometia a explorar o restaurante por dois anos, com opção por outros dois, para desgosto do Zorro, um tipo esquisito que andava sempre de preto, que, dono daquele imóvel, desejava ser dono do restaurante. Aliás, quando uma daquelas vizinhas coscuvilheiras que há em todas as ruas, prédios e escolas lhe contou, teve um ataque de fúria e chorou cinco dias e cinco noites, como no romance.
O pagamento foi feito com um documento através do qual Capucinho se comprometia a pagar a Jesuíno, 15.000 euros no dia 29 de Fevereiro; Cinderela garantiu o pagamento do valor em caso de inadimplemento. A marota da Leopoldina, após amarrar Jesuíno, furtou-lhe o documento e transmitiu-o à sua amiga Popota, que, posteriormente, o usou para pagar à Clinica onde fez várias operações plásticas para perder 100 quilos entre dois natais. Como Capucinho fugiu para as Berlengas a Clinica está furibunda! E já dizia Platão, devemos ter cuidados com cirurgiões porque eles têm objectos esquisitos que cortam! 

No comments: