Friday, May 21, 2010

Caso 54

Pipi das meias baixas, caso tivesse dentes, teria um sorriso lindo de morrer e, estou profundamente convencido, que após algumas plásticas e lipoaspirações, teria um corpinho de sereia e um rosto de anjo, uma espécie de beleza campestre e serena, valorizando aquilo que realmente importa, ou seja, a aparência. É um segredo, mas estou certo que os meus bons alunos não vão contar a ninguém e desculpar a inconfidência deste que vos massacra, que Pipi era uma tarada imaculada, que sonhava acordada com homens, mas sem coragem de se entregar às múltiplas paixões.

Quando assistiu à promulgação da Lei do Casamento entre duas pessoas do mesmo sexo, quis sentir-se moderna e decidiu ser homossexual; foi à net e comprou uma lingerie amarela, que usou durante quatro dias, para depois se fartar, pelo que a quer devolver. Decidiu fazê-lo quando na sua porta bateu Carlos Queiroz, que após o desastre do Mundial, dedicou-se a vender aspiradores ao domicílio, bem como filmes em DVD. Pipi comprou ambos os produtos, mas após ver o filme e experimentar o aspirador, quis desistir de ambas as vendas e poupar dinheiro para ir estudar para a Estig no próximo ano lectivo, uma vez que se apaixonou por um aluno (ou aluna) de gestão de empresas.

Por falar em alunos de gestão de empresas, recordo que o limite de páginas para este caso prático é de CINCO e que o caso de recuperação será no fim-de-semana seguinte após saírem as notas; recordo ainda que irei dar uma aula suplementar antes do teste, em data a combinarmos. Aproveito ainda para me despedir de vocês, desejar sucesso profissional e, sobretudo, que lutem todos os dias para serem obscenamente felizes.

Por falar em felicidade, não vos contei mais conto agora, que Pipi ficou grávida ao assistir ao filme em DVD que comprou ao Carlos Queiroz. Ficou tão feliz, que resolveu emitir um titulo de crédito onde ordenava ao Jorge Jesus que pagasse no dia 30 de Setembro, uma quantia a determinar ao GuiGui (do caso de recuperação); GuiGui, jovem perverso e cheio de maldade, não apenas colocou o dobro do valor combinado, como transmitiu o título à Jacobina do primeiro caso prático, tendo Marilu garantido o pagamento do mesmo. Esta, que não tinha estudado esta matéria, transmitiu-o a Etelvina – menor de idade – que depois o passou a um açoriano sensual de nome Jenivaldo. Este, confuso com tantos nomes estranhos, quer que o titulo lhe seja pago esta semana, de forma a pagar umas férias ao professor de Direito. Mas Jenivaldo não percebe nada desta matéria: ajude Jenivaldo a fazer alguém feliz!


Friday, April 16, 2010

Caso 53



Chamava-se Jacobina e era quase bonita! Admito que este quase seja optimismo deste sádico que vos escreve, mas já dizia o poeta cego, que a única beleza que conta é o interior! Jacobina era filha do pai e curiosamente também filha da mãe e devia o nome a uma paixão ressabiada do seu pai no Nordeste brasileiro, onde um amor perdido viajava sempre com ele na lembrança.

Não sei se comentei com o meu bom discente, mas Jacobina em petiza quase morreu afogada na banheira; por isso, desenvolveu em si um trauma complicado, que a fazia temer a água e a higiene, apenas tomando banho de meses a meses, quer precise ou não! Mas tirando esse pequeno problema do mau cheiro, até era uma menina atractiva, praticamente o sonho de nora para qualquer sogra.

Quando Jacobina fez 18 anos, foi dia do seu aniversário! Nessa mesma noite, fugiu de casa, perseguindo o amor da sua vida, Anacleto, que era um daqueles gajos, que o meu bom aluno está mesmo a ver como é! Para se sustentar, Anacleto dedicava-se a comprar e roubar gado, que depois vendia em Feiras e Mercados, bem como através de leilões na net; até ganhava bem, mas gastava tudo em mulheres e bebida! Até que ao dia que ficou impotente, o que é irrelevante para este caso prático.

Realmente pertinente é informar os meus ansiosos e trabalhadores alunos, que Jacobina dedicava-se a organizar à actividade cinegética, organizando excursões para caçar animais em Angola. Para se identificar usava a expressão “gosto mais de caçar que ser casada” e para identificar o local onde exercia a actividade a expressão “A bela adormecida”. Porque tinha dentro de si uma anarquista, não se deu ao trabalho de cumprir nenhuma outra imposição legal.

O negócio estava a correr bem, excepto quando corria mal, o que acontecia amiúde, excepto naqueles outros períodos onde até corria excepcionalmente bem; até ao dia em que lhe morreu um tia daquelas muito velhas e lhe deixou algum dinheiro de herança.

Uma vez que era empreendedora e tinha em si o bicho da empresarialidade, com o dinheiro da velha, comprou a empresa de Pablo Cardoso, que se dedicava a vender bolos regionais alentejanos, para enorme tristeza do senhorio, que não foi informado e há anos ambicionava ficar com aquele estabelecimento. Nunca tinha pensado nesta actividade, mas fez um excelente negócio, porquanto Pablo Cardoso ia dois anos para a Republica Checa e tinha pressa em vender. A grande dúvida de Jacobina, era que nome dar aos bolos que vendia, pelo que, pedia ajuda a uma pessoa do 1º ano do curso de gestão de empresas, com quem ela tinha um caso amoroso, sobre a melhor designação para os seus produtos: Bennetton, Madeirenses ou Dancake.

Quid Juris