Tuesday, June 28, 2011

Caso 65

A única certeza da vida são as dúvidas: porque apenas aquele que tem dúvidas pode sonhar em um dia ter certezas! Felizmente Berengária Sanchez não tinha drama em ter dúvidas ou certezas, sendo a sua única inquietação interior as roupas que iria usar no dia seguinte, se o prezado discente me permite o dislate de chamar roupa aos escassos trapos com que se tapa, nestes primeiros dias de Verão cheios de chuva!
A melhor amiga de Berengária é a melhor amiga dela, uma petiza toda assim-assim, embora um pouco coisa, com a mania que é não sei o quê e desde que enviuvou pela morte do marido que é dona e legítima proprietária de um pronto-a-vestir feminino, onde vende as roupas mais modernas que se possa imaginar! A melhor amiga de Berengária comprou o pronto-a-vestir a uma velha desdentada que tinha um sorriso lindo!
Para se identificar ela escolheu a designação o ano passado era convencida agora sou toda boa, sendo que as roupas que ela produzia eram conhecidas como Mercedes, sendo que, a sua loja era denominada de Covil! A amiga de Berengária dedicou-se nove meses ao negócio até que pariu a ideia de mudar de vida: recolheu todas as pedras do caminho, armou-se de coragem, construiu a armadura onde desaguam os falhanços e as mágoas e numa noite de Verão, em que chovia como se o amanhã fosse hoje, gritou a plenos pulmões o que todo o mundo já sabia: que amava Berengária mais do que o amor é capaz!
Berengária não disse sim! Mas Berengária não disse não! Berengária chorou de tanto rir, com lágrimas felizes a dançarem-lhe no rosto, prendeu-a nos seus braços, beijou-a com os seus lábios e foram ontem, hoje e amanhã que, é como quem diz, fizeram coisas que o meu aluno não tem nada a ver com isso pelo que, obviamente, me escuso de comentar! E partiram! Partiram para onde o Destino as levou, ou seja, um avião da TAP, pilotado pelo capitão João Destino!
Antes porem, não apenas fizeram as malas, como Berengária ainda fez um contrato com Berenice através do qual esta, por doze meses, explorava a loja daquela e outro com Arnaldinho, que lhe comprou todos os vestidos da loja para … fazer coisas! Este contrato foi feito em Inglês e o senhorio apenas teve conhecimento catorze dias após o contrato estar celebrado!
O pagamento foi feito através de um documento onde a amiga de Berengária ordenava a Arnaldinho que pagasse 10.000 a Ernesto, sendo que António garantia o pagamento! Este era despistado e perdeu o documento, que caiu nas mãos de Afrodite, quinze anos mas terrível, que não hesitou a falsificar a assinatura daquele e a transmiti-lo ao seu amigo e cúmplice. Posteriormente, o documento foi transmitido a Anabelo que, confuso com tanto nome, não faz a menor ideia de quem tem de lhe pagar!
Quid Juris 

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