Wednesday, July 01, 2009

Caso 49



A Cinderela estava farta de arrumar sapatos e sem paciência para aturar o mau humor da madrasta e com um valente par de trombas porque o aspirador avariou e teve de varrer a casa toda, temendo não se despachar a tempo de ir curtir para uma rave!
Ainda por cima estava um daqueles dias de tanto calor, que por mais desodorizante que se use, por mais perfume que se coloque, fica sempre um odor desagradável debaixo das braços!
Cinderela tinha dois sonhos: um deles era envenenar as filhas da madrasta e o outro era comprar um computador portátil daqueles muito pequenos, (tão pequenos que não se conseguem ver as letras) para o poder esconder das “manas” que passavam o tempo na Internet a procurar namorados.
Conseguiu arranjar o dinheiro a lavar escadas no Bairro onde morava e, quando juntou a quantia necessária, foi à Borten e conseguiu comprar um computador, cujo preço de venda ao público era inferior ao preço de custo!
Como lhe sobrou dinheiro, aproveitou o convite da sua intima amiga Branca de Neve e foi a casa dela, onde estavam a fazer uma reunião na qual se vendiam produtos. Comprou o que pensava necessitar mas, mal chegou a casa percebeu que tinha gasto mais do que podia, pelo que chorou desesperada sem saber como podia terminar aquele contrato!
Como estava deprimida e com um terrível cheiro debaixo dos braços, porquanto tinha passado todo o dia a passear na cidade de Beja em pleno mês de Julho, ligou a Internet e foi comprar algo, de forma a ficar menos deprimida!
Depois de muito pesquisar, comprou uma bimba, que é uma espécie de máquina de cozinha para quem não sabe ou não gosta de cozinhar! Para fazer o pagamento da mesma, enviou ao vendedor um cheque com data de 09 de Setembro. Recebeu a máquina, mas ficou terrivelmente desiludida, quando constatou que a máquina era inapta para triturar órgãos humanos: por essa razão, apressou-se a devolver a máquina e a exigir o dinheiro de volta, apesar de ter assinado um contrato onde renunciava ao direito de livre resolução.
O vendedor – O senhor Bimbo – não apenas não devolveu o cheque, como o endossou ao António, que por sua vez o endossou ao Bento, que exigiu o aval de Carlos. Cinderela devia ter ficado preocupada, mas não ficou! Afinal ela tinha roubado o cheque à madrasta e falsificado a assinatura desta…
Quid Juris

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